Durante o mês de setembro, as intenções de orações de toda a Igreja Católica, a pedido do Papa Francisco, serão direcionadas para o cuidado com a casa comum e com a criação. No vídeo da Rede Mundial de Orações do Papa, ele faz um apelo: “rezemos para que os recursos do planeta não sejam saqueados, mas partilhados de forma justa e respeitosa", reforça Francisco.
A mensagem do Pontífice reforça a celebração do Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação. De caráter ecumênico, por ser celebrado junto com a Igreja Ortodoxa, a data marca o início do Tempo da Criação que vai de 1º de setembro a 4 de outubro, festa de São Francisco de Assis. Esse é um período dedicado pelos cristãos de todo o mundo à oração e à ação pelo cuidado da criação.
Dívida ecológica
Em seu pedido de cuidado e atenção com o meio ambiente, Francisco reforça que a humanidade precisa tomar consciência da grave “dívida ecológica" que estamos construindo com a exploração degradante dos recursos naturais. Ele enfatiza que o cuidado com a casa comum requer atitudes urgentes: “Hoje, não amanhã, temos que cuidar da criação com reponsabilidade", afirmou o Papa.
A Igreja propõe três aspectos para serem desenvolvidos durante o mês de setembro:
• Oração junto à natureza: agradecer a Deus pela beleza da criação, por todos os recursos naturais e por sermos seres integrantes desse ecossistema.
• Reflexão sobre o nosso estilo de vida: o que podemos mudar, que ações concretas podemos fazer no nosso dia a dia para colaborar com a preservação do ecossistema.
• Ações comunitárias em favor da casa comum: descobrir o que podemos realizar com outras pessoas em favor do meio ambiente.
Cuidado com todas as vidas
O cuidado com a criação também inclui termos um olhar sensível para as necessidades do próximo, pois o ser humano também faz parte desse ecossistema. A pandemia do coronavírus nos mostra o quanto essa interconexão entre a natureza e o nosso modo de vida impacta diretamente no mundo como um todo.
Na Amazônia, por exemplo, vimos o quanto a Covid-19 está impactando drasticamente na saúde dos povos indígenas e ribeirinhos, pessoas que vivem, muitas vezes, em situação de vulnerabilidade e não têm acesso aos recursos básicos de saúde. Para eles, perder vidas é perder também um pouco do legado das suas origens. A líder indígena Marcivânia Sateré Mawé, reforça como os 35 mil indígenas da Amazônia estão sofrendo com os efeitos da pandemia: “a Covid-19 tem matado muito dos nossos anciãos. Para nós, não é apenas a morte de uma pessoa, mas a morte dos nossos saberes culturais", afirma.
Somos convidados a ajudar essas pessoas que vivem do que a terra produz, pois sabemos que o nosso modo de viver está diretamente interconectado com a sustentabilidade ambiental, econômica e social. Para colaborar com os povos da Amazônia, conheça a campanha a Amazônia precisa de você, organizada pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) e pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM). Saiba mais aqui.