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Irmão Antônio Silva – Catequista sem fronteiras

28/08/2020
Institucional
O Irmão é um dos personagens entrevistados na quarta edição do projeto Memórias Maristas: histórias de amor e vida

​​Nascido em Santo Ângelo, em 25 de setembro de 1942, Antônio José da Silva, o Irmão Silva, é o mais velho de 12 filhos vindos de uma família muito religiosa e que se orgulha da caminhada trilhada pelo primogênito. Sua trajetória de vida e apostolado marista está registada no minidocumentário que faz parte da quarta edição do projeto Memórias Maristas: histórias de amor e vida​

No vídeo, ele relata aspectos importantes da sua infância, da formação marista e dos diversos locais em que exerceu seu apostolado. Com uma fala espontânea e um jeito alegre de relatar suas vivências, ele nos  inspira a vivermos a fé de forma autêntica, sempre com o olhar humano para o próximo e buscando qualificar nossas ações e atitudes voltadas para a caridade e a solidariedade.

A motivação principal para seguir a vida religiosa veio da vivência católica da sua família. Ele relembra que no dia da primeira comunhão o padre queria saber: “quem eram os pais daquele menino que sabia o catecismo de cor”. Entrou para Juvenato Marista, em Bom Princípio, com quase 13 anos e conta que, no início, demorou para se adaptar com as rotinas de horários: “estava acostumado com a zona rural, onde a gente segue os horários da natureza de acordo com o sol. Quando cheguei lá, era tudo cronometrado: hora para estudar, hora para brincar, hora para tomar banho... estranhei, mas hoje entendo. Não era fácil para os Irmãos controlar quase 100 crianças e jovens”, explica.

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A evangelização das juventudes

A forma sincera e objetiva com que o Irmão Silva se expressa revela características muito fortes que ele traz da sua convivência com as juventudes. Em sua caminhada como Irmão Marista, ele sempre gostou de estar com os jovens e realizou trabalhos importantes junto às pastorais da juventude, coordenações de catequese e grupos de jovens maristas.

Para ele, todo lugar é espaço para a evangelização. Seu trabalho sempre foi carregado com esse aspecto missionário de levar a mensagem de Deus e os valores maristas para as pessoas. “A paixão por uma causa tem que ser renovada constantemente. Aí que eu vejo a importância da espiritualidade”, avalia.

Por vivenciar todas as mudanças trazidas pelo Concílio Vaticano II, ainda no seu período formativo como Irmão Marista, ele acredita muito na importância do Leigo à frente da igreja. Durante a década de 80, trabalhou em Novo Hamburgo com as equipes de catequese e experenciou como essas pessoas que se dedicam a evangelizar crianças e jovens desenvolvem um trabalho importante para o entendimento do evangelho e da fé católica nos dias de hoje. “A catequese tem que ajudar as pessoas a serem melhores no seu dia a dia. Jesus pregou o amor ao próximo e esse é o mote essencial de qualquer evangelização”, enfatiza.

“Nesse período, eu descobri um novo jeito de ser marista. Para além da sala de aula, um Irmão pode contribuir de muitas formas com a comunidade, pode ajudar em formações pastorais, pode estar junto com os jovens nos grupos, pode ser essa presença que inspira”, explica o Ir. Silva que também foi um dos idealizadores do movimento Juventude Marista (Jumar) no final dos anos 80.

Sobre esse fato em específico, ele relembra com carinho todos os planejamentos, as elaborações de subsídios, formações, retiros e os encontros anuais dos jovens, o famoso Jumarão. Ele conta, inclusive, que a Casa Marista da Juventude (Caju), foi adquirida pela Província justamente nesse período em que os grupos juvenis estavam crescendo e precisavam de um espaço acolhedor e adequado para realizar seus encontros e formações.  

​​​ Texto auxiliar da imagem

Atuação na Pastoral da PUCRS

Desafios como Provincial

No período de 1994 até 2000, o Irmão Antônio Silva foi eleito como Provincial da Província Marista de Porto Alegre. Ele que gosta muito do contato humano, e menos da parte burocrática, disse que ficou assustado logo que recebeu o convite para assumir a Província.

Como ele não tinha experiência com gestão e com atuação administrativa, seguiu o conselho dado pelo então Superior Geral, Ir. Benito, e buscou assessoramento nos demais Irmãos que já haviam ocupado o cargo. 

Para ele, ser provincial é uma responsabilidade muito grande que lhe trouxe muitos aprendizados: “esse período na liderança da Província confirmou para mim que o ser humano é um mistério. Passei por situações muito positivas e outras negativas. Em todos os momentos sempre recorri à espiritualidade e à oração, com muita fé na Boa Mãe”, avalia.

Durante a sua gestão, foi criado o Memorial Champagnat como iniciativa de valorizar a memória da instituição. Nesse período, também foi desenvolvido o Teleformar, primeira modalidade de curso à distância promovida para os educadores maristas. 

​Espírito missionário 

Quando estava no Juvenato, o Ir. Silva recorda de receber a visita dos Irmãos missionários que atuavam na África. Suas vivências e histórias sobre a missão lhe entusiasmam e motivavam a quem sabem, um dia, também atuar lá. O que ele não imaginava é que esse desejo ia se concretizar e, hoje, ele iria contar sobre a sua atuação missionária na Angola.

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O registro a seguir são trechos do diário pessoal do Irmão quando ele relata a primeira viagem que fez à Angola no período que era Provincial:

“São 19h, do dia 22 de março de 1994. Encontro-me no aeroporto do Galeão, ala internacional, sala 13. Enquanto não chega à chamada para abordar o DC10 da TAG (Companhia de aviação angolana), o meu pensamento voa e voa longe. Fervilham as ideias. Recordo meus tempos de juvenato, quando, motivado pelo Irmão Carlos Teichi, eu pensava sério em ser missionário em Angola. E hoje, aí estava eu, em uma missão à Angola, para, junto com os Irmãos que lá estão, definir um projeto marista para essa região, mesmo sabendo as limitações e dificuldades provocadas pela guerra que há 18 anos assola o país africano.”

Durante todo o período em que esteve à frente da administração da Província, ele fazia visitas anuais aos maristas da Angola, sempre com o espírito de servir e dar suporte aos Irmãos missionários que atuavam lá. Alguns anos depois de deixar o cargo de Provincial, novamente a África cruzou a sua trajetória de apostolado.

Morando lá há 17 anos, ele conta que saiu do Rio Grande do Sul e foi ser missionário na Angola como diretor do Colégio Cristo Rei. Quando chegou, o país tinha recém saído da  guerra civil, o que fez com que os desafios de adaptação fossem ainda maiores.

O Colégio Cristo Rei conta com 1.500 estudantes, da pré-escola até a 13ª classe, e o Ir. Silva é essa presença marcante e significativa entre os educadores, jovens e a comunidade. “A força de uma igreja e de uma congregação está na missionariedade, nessa capacidade de ser sem fronteiras”, avalia.

​Confira no vídeo completo as histórias de amor e vida do Ir. Antônio Silva:​


Memórias Maristas: histórias de amor e vida

Neste ano de 2020, o projeto Memórias Maristas: histórias de amor e vida chega a sua quarta edição e apresenta em 12 minidocumentários, marcos importantes da nossa caminhada institucional que se cruzam com as histórias de vida dos personagens entrevistados. Muito mais do que narrativas documentais, o projeto humaniza a trajetória da Rede Marista a partir desses relatos.​​ Confira os vídeos da quarta edição aqui.