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Histórias de doação e amor pela missão marista na Amazônia

04/09/2020
Amazônia
Conheça as histórias de vida de três Irmãos Maristas que desenvolveram seu apostolado na Amazônia

​A história da presença marista na Amazônia cruza-se com a trajetória de vida de muitos Irmãos, Leigos e Leigas Maristas. Pessoas que deixaram a sua terra natal e foram exercer a missão marista junto às comunidades de diferentes estados da região amazônica. 

Na quarta edição do projeto Memórias Maristas: histórias de amor e vida, apresentamos a trajetória de Irmãos que atuaram como missionários na Amazônia. Alguns deles, construíram boa parte do seu apostolado junto a essas comunidades e seguem, até hoje, trabalhado em estados da região. Assista aos vídeos completos e inspire-se com exemplos de doação e amor pela missão marista:

Irmão Valdir Gobatto - Vida doada à Amazônia

Aos 75 anos idade, o Irmão Valdir Raymundo Gobatto orgulha-se em dizer que exerce sua missão marista na Amazônia há mais de 45 anos. O filho primogênito do casal Fioravante Gobatto e Rosa Maria Gobatto, conta que decidiu conhecer os Irmãos Maristas depois que ouviu relatos sobre o trabalho missionário realizado na África: “quando eu tinha sete anos, passou na minha escola o Irmão Afonso Job convidando os meninos para conhecerem os Irmãos Maristas. Eu fiquei encantado com a fala entusiasmada dele e com as histórias que ele contava sobre as missões maristas na África”, relembra.

A vontade de servir e se dedicar ao legado de Champagnat em outras terras seguiu firme em seu coração durante toda a formação como religioso. Três anos após fazer os seus votos perpétuos, a oportunidade de ser missionário se concretizou. Em 1972, a PUCRS iniciou o trabalho do Campus Avançado do Alto Solimões, e a Província solicitou que os Irmãos interessados se inscrevessem para atuar nas missões na região amazônica.

“A minha vontade era de ir em terras novas e servir onde as pessoas mais precisam”, explica o Irmão Valdir. Sabia que iria enfrentar muitos desafios, mas isso o motivava seguir firme em seu propósito. “Fizemos toda a viagem de ônibus do Rio Grande do Sul até Porto Velho. Só levei uma pequena mala com alguns pertences, e o meu companheiro de missão, o Irmão Balduíno Feldkircher, levou menos ainda... só uma sacolinha com umas mudas de roupa”, relembra com saudosismo.

Durante todos esses anos que está na Amazônia, o Irmão Valdir Gobatto já passou por diferentes comunidades, atuando como professor, secretário de educação, animador vocacional, catequista e sendo presença inspiradora para diversas comunidades. Seu entusiasmo e sua dedicação em servir o povo amazônico são inspiradores e nos mostram que nenhuma dificuldade, até mesmo as limitações físicas, podem ser impeditivos para trilharmos nossos objetivos e trabalharmos a serviço do próximo. Assista ao vídeo completo e conheça a história do Irmão Valdir:

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Irmão Verno Weiss - Feliz como no primeiro dia

A história vocacional do Irmão Verno Weiss também está diretamente ligada à presença marista na Amazônia. Dos seus 60 anos de vida religiosa, 20 deles foram dedicados ao trabalho em diferentes cidades da região.

Verno era filho único do casal de agricultores Henrique e Hilda Weiss. Ainda criança, com 11 anos, a mãe dele falece, e ele se muda para Estrela com o pai. Sempre muito dedicado aos estudos, ele entrou para o Colégio Cristo Rei e estudou como interno. Foi a partir do contato com os Irmão Maristas na sua formação básica que ele começou o seu discernimento vocacional.

Depois de concluir a sua formação universitária em Letras com ênfase em inglês e atuar como professor em algumas escolas no Rio Grande do Sul, ele participou de um curso de Orientação Missionária em Caxias do Sul. Nessa formação, ele compreendeu mais detalhes sobre o trabalho missionário e se colocou à disposição da Província para atuar na Amazônia: “Se eu posso fazer algum bem, eu vou!”, afirmou.

Logo após o curso, já iniciou sua primeira missão. Embarcou em um fusca amarelo e seguiu rumo a Naviraí, no Mato Grosso do Sul: “levamos três dias para chegar lá”, lembra o Irmão. Com seu jeito simples e cativante, ele sempre atuou como professor de português e inglês nas escolas públicas das cidades por que passou. O canto era uma das características mais marcantes das suas aulas. Além do inglês, o Irmão também é fluente em outros idiomas como: espanhol, francês, latim e alemão.

“Sempre gostei de dar aulas para os maiores”, ressalta, e nessa caminhada de professor, ele lecionou aulas de latim na Universidade do Estado do Amazonas, em Tabatinga, e também participou de um projeto de Curso de Magistério para Contexto Indígena, em Campo Grande. Nesse trabalho, ele formava jovens indígenas, com mais de 18 anos, para serem professores nas suas aldeias. Assista ao vídeo do Irmão Verno Weiss e conheça mais detalhes sobre todas as contribuições que ele deixou como legado para a educação da região amazônica.​

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Irmão Braz Lanius - Perseverante na missão de educar

Outro educador que deixou muitos legados para a educação de diferentes cidades da Amazônia foi o Irmão Braz Lanius. Seu convite para ser missionário surgiu durante uma conversa informal com o Bispo de Cruzeiro do Sul: “ele tinha vindo a Santa Maria visitar o provincial para pedir Irmãos para atuarem lá. Eu servi um cafezinho para ele, e quando estava saindo da sala para deixar os dois conversarem, o bispo me diz: você também poderia ir para o Acre?”, relembra o Irmão Braz.

Ele não imaginava que uma simples conversa na sala da casa provincial poderia mudar o rumo da sua trajetória vocacional. O Irmão Braz foi ser missionário na Amazônia durante o período dos votos temporários. Só depois de alguns anos vivendo no Acre é que ele retornou ao Rio Grande do Sul para fazer os votos definitivos. “Muita coisa da minha vida eu vivi lá. Quando fui, eu tinha 23 anos, e agora já estou com 75, então esse tempo todo foi doado para o povo da região amazônica”, afirma com carinho.

Sua atuação sempre foi voltada para a área educativa e pastoral. Durante a semana, trabalhava nas escolas públicas como professor, coordenador pedagógico e diretor. Nos finais de semana, ajudava nas paróquias locais com formações e catequese.

Para ele, a grande contribuição que os maristas deixam na Amazônia é a qualificação na área educativa e a motivação para o surgimento de novas vocações religiosas: “a vocação do Irmão João Gutemberg, por exemplo, é fruto dessa formação realizada nas comunidades maristas da Amazônia”, explica com orgulho. Ele ressalta que todos os Irmãos e Leigos/as sempre foram muito bem recebidos por todas as comunidades pelas quais ele passou.

​A Comunidade Marista de Cruzeiro do Sul – Rio Gregório, na qual o Irmão Braz reside hoje, é fruto da sua visão missionária de atender os mais necessitados: “quando estávamos escolhendo outros lugares para expandir a Comunidade de Cruzeiro do Sul, eu passava por essa região do Rio Gregório e sempre ficava pensando: nós precisamos estar aqui! Precisamos atender as pessoas que moram nas margens desse rio”, relembra. Todo esse legado de doação pelos povos da Amazônia pode ser conferido no vídeo com a história completa do Irmão Braz. Assista:


Memórias Maristas: histórias de amor e vida

Neste ano de 2020, o projeto Memórias Maristas: histórias de amor e vida chega a sua quarta edição e apresenta em 12 minidocumentários, marcos importantes da nossa caminhada institucional que se cruzam com as histórias de vida dos personagens entrevistados. Muito mais do que narrativas documentais, o projeto humaniza a trajetória da Rede Marista a partir desses relatos.​​ Confira os vídeos da quarta edição aqui.