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Uma voz marista que ecoa na Amazônia

20/11/2020
Amazônia
Conheça a atuação do Irmão Nilvo Favretto em espaços de comunicação popular em Lábrea

Voluntários maristas acompanhando o Ir. Nilvo no estúdio da Rádio Cidade em janeiro de 2019.​

​A comunicação popular é um processo que emerge dos grupos populares e tem caráter de mobilização dentro da sua localidade. Na região amazônica, esse tipo de comunicação tem um papel ainda mais importante, pois é a forma como as vozes dos povos originários ressoam, garantindo espaço para que possam compartilhar suas realidades com mais pessoas.

Em Lábrea, no estado do Amazonas, o Irmão Marista Nilvo Favretto é um dos grandes incentivadores e apoiadores dos meios de comunicação populares da região. Acreditando que essa iniciativa é um instrumento fundamental de educação, de cidadania e de exercício do poder popular, ele participa desde março de 2018 do programa Desperta Família para Cristo, na Rádio Cidade (FM 87.9 - Lábrea).

“Com o programa radiofônico semanal, a nossa marca, voz, e a presença marista se estendem para além da cidade. As comunidades indígenas e ribeirinhas todas escutam. Somos uma voz marista ecoando pela floresta amazônica", ressalta o Irmão que sempre acreditou na importância que o rádio tem para essa região, e não hesitou em aceitar o convite para fazer parte da programação.

O espaço da igreja católica aborda diferentes temáticas. O primeiro bloco é com assuntos mais gerais e de interesse coletivo como: políticas públicas, questões indígenas, ecologia, cuidado com a Casa Comum, notícias do Vaticano e iniciativas da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam). Já no segundo bloco, a abordagem é mais formativa, focando em assuntos canônicos que tenham impacto nas realidades amazônicas. “Trabalhei todo o texto preparatório do Sínodo para a Amazônia, a Encíclica Laudato Si, entre outros. Como já me disse o radialista Luzimar Brito: esse é um programa que aborda temas sociais e eclesiais de uma forma bem educativa", explica o Ir. Nilvo. Durante o período em que os voluntários maristas estão atuando em Lábrea, ele conta que faz questão de levá-los na rádio para uma entrevista e apresentá-los para a cidade.

​​ Texto auxiliar da imagem

Ir. Nilvo acredita no poder da rádio para a evangelização​​

A aceitação do público é vista no dia a dia, durante suas atividades em diferentes espaços de missão: “quando fazia visitas às comunidades, eles reconheciam a minha voz e perguntavam: Você faz programa na rádio? – Sim! – Eu não perco nenhum. Manda um alô para nós", conta o Irmão, orgulhoso ao colaborar para a evangelização.

​​Para ele, “a rádio na Amazônia é um excelente espaço para evangelizar, ser voz dos sem voz, abordar as denúncias do povo e temas importantes como: agronegócio, políticas públicas, ecologia integral, direitos humanos, entre outros".

Em função da pandemia e do isolamento social, durante 2020 ele está afastado do programa, mas pretende voltar em breve: “assim que eu voltar a me fixar em Lábrea, pretendo retomar o programa. Seria bom que em cada comunidade Marista, tendo abertura nas rádios locais, os Irmãos e Leigos também aproveitassem esse espaço. É um excelente meio de criar consciência como cidadão e cristão, e está de acordo com a proposta educativa marista: formar bons cristãos e virtuosos cidadãos", avalia.

​Enxergar a Amazônia como ela é

Cientes do papel fundamental que o comunicador popular tem no processo transformação social, a Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam) está promovendo o curso de Comunicação Popular Amazônica​. A formação faz parte das ações propostas no Plano de Comunicação da Repam, e tem como objetivo criar uma cultura da comunicação estratégica, em rede, profética, transformadora e coletiva, a partir dos protagonistas sociais da Amazônia.

​No podcast Ecos da Amazônia, produzido pela Repam, o professor da Universidade do Estado do Amazonas e pesquisador sobre comunicação popular indígena e quilombola, Guilherme de Figueredo, reforça a importância desse tipo processo: “a mídia comercial que existe na Amazônia traz muito mais informação de fora para dentro do que abre espaço para os povos daqui poderem se colocar. Então, a comunicação popular é fundamental por isso, porque ela nada mais é do que os povos da Amazônia construindo seus próprios meios de comunicação, para que o mundo possa enxergar uma Amazônia como ela é", afirma.

​Acesse aqui o Episódio 9​ do podcast Ecos da Amazônia e saiba mais detalhes sobre a comunicação popular na Amazônia.​