Falar abertamente sobre as emoções e sobre aspectos relacionados à saúde mental é uma das formas de criarmos redes de apoio para pessoas que estão sofrendo com problemas emocionais. O tema segue sendo um tabu na sociedade, muitas vezes por falta de conhecimento sobre como abordar a temática.
No guia Saúde mental de adolescentes e jovens em contextos educativos: relações de cuidado humano, lançado pela Rede Marista neste mês de setembro, estudiosos sobre o assunto trazem dicas de estratégias de cuidado, diálogo e escuta atenta.
Escutar, perguntar e encorajar
Para motivar o diálogo sobre saúde mental, precisamos estar abertos a exercitar a escuta atenta ao próximo e evitar comparações com outras situações que acreditamos ser semelhantes. Cada pessoa tem uma forma diferente de encarar as emoções, por isso devemos acolher os seus relatos de vida e não os julgar. Confira a seguir algumas formas que podem ajudar nessa abordagem:
“Vejo que você está sofrendo muito. Eu estou aqui para o que precisar, pois você é importante para mim.”
A expressão: “eu sei o que você está passando” não é a forma indicada para iniciar um diálogo. Falar de coisas que você já passou não costuma ajudar a pessoa em sofrimento a se sentir melhor, apenas traz mais aspectos negativos para a experiência presente. Além disso, carrega um juízo de valor sobre o sofrimento alheio. Diga que você percebe o sofrimento dela, coloque-se à disposição para ajudar e reforce o quanto a vida dessa pessoa é importante para você.
“O que eu poderia fazer agora para te ajudar?”
Não raras as vezes a pessoa deprimida pode se mostrar repetitiva em suas queixas, o que pode gerar certo cansaço da parte de quem escuta, contudo partir para reações mais imperativas e enérgicas, mesmo que com boa intenção, não transmite ânimo ou energia para quem sofre. Evite abordagem com expressões como: “Você precisa reagir e dar um jeito na sua vida!”. Mudar nem sempre é uma escolha fácil para quem está em sofrimento.
“Pode falar, estou aqui para te escutar.”
Exercitar a escuta atenta e afetiva pode ser uma das formas mais assertivas de ajudar pessoas que estão passando por momentos difíceis. Muito mais que aconselhar, é preciso saber o momento de silenciar e apenas ouvir. Talvez a pessoa em sofrimento esteja apenas precisando de alguém que a escute e não esteja pedindo, necessariamente, uma solução.
Criar redes de apoio
Só vamos conseguir mudar a visão da sociedade sobre a saúde mental quando as pessoas compreenderem a importância de exercitar esse cuidado com o próximo em todas as nossas ações do dia a dia. Saber lidar com situações de transtornos depressivos, ansiedade, adoecimento mental, entre outros, é um desafio, e precisamos estar apropriados sobre a temática. Interessados em aprofundar esse estudo podem fazer o download do guia Saúde mental de adolescentes e jovens em contextos educativos: relações de cuidado humano aqui.