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Em tempos de quarentena, Campanha da Fraternidade sensibiliza o cuidado com a vida

30/03/2020
Espiritualidade
Inspirados na temática da campanha, especialmente nesse novo cenário vivido nas últimas semanas, a Coordenação de Pastoral propõe um momento de cultivo individual, focando a dimensão do ver e sentir

​A Campanha da Fraternidade de 2020 carrega a temática “Fraternidade e vida: dom e compromisso” e tem como lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”, inspirado no Evangelho de Lucas 10, 25-37. Realizada anualmente pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nesse ano ela aponta para a importância de não se deixar levar pela indiferença a partir de um olhar atento de quem adota gestos concretos no dia a dia compartilhando generosidade e compaixão.

Inspirados na temática da campanha, especialmente nesse novo cenário vivido nas últimas semanas, a Coordenação de Pastoral propõe um momento de cultivo individual, focando a dimensão do ver e sentir. Confira: ​

A partir da dimensão do VER: 

“O próximo não é apenas alguém com quem possuímos vínculos, mas todo aquele de quem nos aproximamos. É todo aquele que sofre diante de nós”. (Texto Base da CF 2020, nº 8)

A quaresma nos convida a uma profunda conversão e nos põe diante de Jesus, que nos oferece, na parábola do Bom Samaritano duas formas de olhar: de quem vê e passa adiante ou de quem vê, sente compaixão e cuida.

“Um especialista em leis se levantou, e, para tentar Jesus perguntou: ‘Mestre, o que devo fazer para receber em herança a vida eterna?’ Jesus lhe disse: ‘O que é que está escrito na Lei? Como você lê?’ Ele então respondeu: ‘Ame o Senhor, seu Deus, com todo o seu coração, com toda a sua alma, com toda a sua força e com toda a sua mente; e ao seu próximo como a si mesmo’. Jesus lhe disse: ‘Você respondeu certo. Faça isso, e viverá!’ Mas o especialista em leis, querendo se justificar, disse a Jesus: ‘E quem é o meu próximo?’ Jesus respondeu: ‘Um homem ia descendo de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos de assaltantes, que lhe arrancaram tudo, e o espancaram. Depois foram embora, e o deixaram quase morto. Por acaso um sacerdote estava descendo por aquele caminho; quando viu o homem, passou adiante, pelo outro lado. O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu, e passou adiante, pelo outro lado. Mas um samaritano, que estava viajando, chegou perto dele, viu, e teve compaixão. Aproximou-se dele e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas. Depois colocou o homem em seu próprio animal, e o levou a uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, pegou duas moedas de prata, e as entregou ao dono da pensão, recomendando: ‘Tome conta dele. Quando eu voltar, vou pagar o que ele tiver gasto a mais’. E Jesus perguntou: ‘Na sua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?’ O especialista em leis respondeu: ‘Aquele que praticou misericórdia para com ele’. Então Jesus lhe disse: ‘Vá, e faça a mesma coisa’”.

A parábola nos provoca a diversas reflexões. Uma das principais é sobre as relações humanas, especialmente quanto aos olhares e ações diante das pessoas. É necessário questionar-se: “ De quem eu me faço próximo/a?”. Em meio ao momento atual, o convite é para interromper a rotina e olhar com ternura o que nos rodeia. Que possamos ter um olhar que identifica luzes e não somente a escuridão.

Convidamos a ouvir a música Mar Aberto – Respire Fundo, da artista Gabi Luthai.  ​

A partir da dimensão do SENTIR

Nesta etapa, é preciso sentir a vida que pulsa em nós por meio dos cinco sentidos: 

  • Pelo tato: é a expressão do afeto. Jesus podia curar só pela palavra, mas através do toque se comprometia. O convite é para sentir o próprio corpo por meio do toque, do exercício físico da dança.

  • Pelo paladar: é um sentido fundamental, por onde passa o sabor. Descobrir não só saberes, mas sabores. Somos convidados/as a manter uma alimentação saudável e balanceada, dando tempo para sentir o sabor que os alimentos têm.

  • Pelo olfato: o odor está presente, espalha-se e permite a aprendizagem do invisível. Recorda perfumes, aromas, odores, memórias... Faça uma respiração consciente por pelo menos três vezes consecutivas durante o dia. 

  • Pela audição: é necessário qualificar a escuta, permitindo-se escutar com o coração. Ouça uma música que goste, os sons da rua, da natureza, do que lhe rodeia, sons que antes não percebia.

  • Pela visão: ver e contemplar a natureza, as pessoas, a minha história de vida. Exercite o seu olhar.

Por fim, alinhados a essas dimensões do Ver e do Sentir, somos convidados a fazer uma oração de agradecimento pelo tempo de reflexão e ser exemplo de esperança e afeto para quem está ao nosso lado.