O dia 20 de junho é marcado como o Dia Mundial do Refugiado. A data nos alerta para as ações sociais que podemos nos engajar afim de defender a dignidade dos imigrantes e colaborar com a sua inclusão na sociedade.Os maristas de todo o mundo trabalham em rede com outras instituições para atender às necessidades básicas dos imigrantes que são obrigados a fugir de seus países. Confira o relato do Irmão Danilo Correia, da Comunidade Marista de Boa Vista, que apresenta o trabalho desenvolvido com os imigrantes venezuelanos no estado de Roraima.
Dia mundial do refugiado: não podemos nos omitir em defesa da vida
Ir. Danilo Correia
Diariamente, pessoas do mundo todo são forçadas a deixar sua terra de origem em busca de um futuro melhor. O relatório Global Trends, divulgado no dia 18/6 pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), nos escancara uma realidade ainda mais dura: o deslocamento forçado afeta uma em cada 97 pessoas no mundo. Ainda sim, mesmo que esse número tenha praticamente dobrado em relação à última década, temos o desafio de sensibilizar pessoas para ajudar essas famílias que chegam em nosso país.
Sendo Roraima a porta de entrada para milhares de imigrantes venezuelanos, é possível acompanhar essa realidade muito de perto. Sentimos a aflição das famílias que entram no território brasileiro em busca de uma vida melhor. Todo esse processo migratório revelou o que já sabíamos: ausência do planejamento com relação às políticas públicas. O que vimos nos últimos anos, portanto, foi um aumento populacional e o agravamento das questões sociais em virtude, principalmente, da reduzida intervenção do Estado, o que, por outro lado, gerou maior incidência da sociedade civil, com forte participação da Diocese de Roraima.
Na Comunidade Marista de Boa Vista, eu e o Irmão Neori Rodrigues da Fonseca atuamos em diferentes frentes. Na área missionária de São Raimundo Nonato, desenvolvemos atividades religiosas e sociais com famílias de imigrantes. Para que possamos contribuir com a garantia de direitos sociais para essas pessoas, nos engajamos em pautas de articulação social e representação institucional em órgãos públicos. Além de contribuir, também, na Coordenação das Pastorais Sociais e da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM).
Neste ano de 2020, celebraremos o Dia Mundial do Imigrante em meio à pandemia do coronavírus. Estamos com a fronteira fechada, mas continuamos com o desafio de atender todas as famílias e fazer articulações no trato da questão migratória, desafio esse enfrentado por nossa Diocese e por tantas entidades que se unem na luta por liberdade, justiça social e direitos. O certo é que, por fidelidade ao Evangelho, não podemos nos calar e nos omitir em defesa da vida, e da vida plena.