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Data fortalece a importância da valorização dos Povos Originários

20/04/2021
Amazônia
No dia 19 de abril, recordamos as mensagens que devemos ressignificar sobre os povos originários

Hoje celebramos, no Brasil, os povos da floresta, os povos originários que, desde 1500, os portugueses apelidaram, equivocadamente, de índios.” explica Ir. Nilvo Favretto, da Comunidade Marista Internacional de Tabatinga (AM), sobre a necessidade de ressignificar os olhares e atitudes para o dia 19 de abril. “Vamos retirar do nosso vocabulário o termo índio e utilizar povos da floresta, povos originários”.   

Data conhecida erroneamente como dia do índio, ela surgiu em 1940, devido a protestos dos povos originários. Desse modo, essa data nos permite reflexões sobre a importância da preservação dos povos indígenas, da manutenção de suas terras e respeito às suas manifestações culturais.

Para entender, respeitar e viver uma cultura

Ao mesmo tempo em que celebramos, podemos nos questionar se o nome escolhido não pode reforçar algumas noções pré-concebidas que se têm relacionadas aos povos indígenas. Para Daniel Munduruku, Doutor em Educação pela USP e indígena, a data ajuda a cimentar preconceitos sobre os povos tradicionais, e poderia ser substituída pelo dia da Diversidade Indígena - conforme entrevista concedida ao Portal G1. 

Para ele, "a palavra indígena diz muito mais a nosso respeito do que a palavra índio. Indígena quer dizer originário, aquele que está ali antes dos outros", defende Munduruku, que pertence ao povo indígena de mesmo nome, hoje situado em regiões do Pará, Amazonas e Mato Grosso.  Nesse mesmo sentido é que pontua o Ir. Nilvo junto às comunidades da Amazônia, buscando descontruir percepções estereotipadas e preconceituosas no que diz respeito aos povos da floresta. “Cada povo tem uma identidade, tem uma língua, tem um nome próprio. Nós devemos reconhecer, respeitar e valorizar essas culturas que aqui estiveram antes de nós”, lembra Ir. Nilvo, “são povos, são nossos irmãos que aqui viviam e vivem ainda hoje, e merecem ser respeitados na sua cultura, sua riqueza, sua língua”.

Presença marista junto aos povos originários  

“Nesse dia, lembramos a importância de celebrar, respeitar e valorizar as diferentes culturas e diferentes povos”, lembra o Ir. Nilvo. Sua atuação é parte de uma história marista que há mais de 50 anos percorre comunidades nativas, regiões ribeirinhas e a imensidão de rios, lagos e florestas amazônicas. Os Irmãos, Leigos e Leigas da Rede Marista estão presentes nas cidades de Boa Vista, no estado de Roraima; Manaus, Tabatinga e Lábrea, no estado do Amazonas; e Cruzeiro do Sul e Rio Gregório, no Acre.  

​Em sintonia com a Igreja da Amazônia, a Rede Marista busca uma ação inculturada em meio às crianças, adolescentes, jovens e famílias, preservando seus valores, superando limitações, defendendo a vida em plenitude em todas as suas formas. Assim, no dia de hoje, fortalecemos a importância em (re)conhecer os povos originários e compreender sua história. 

Saiba mais sobre a atuação marista na Amazônia.