Vera Lúcia Brauner, professora aposentada da PUCRS, está prestes a realizar um objetivo traçado há algum tempo: fazer voluntariado além-fronteiras. Sua ideia inicial era ir para África e, há alguns anos, já vinha dialogando com a Coordenação de Pastoral da Rede Marista sobre essa possibilidade, no entanto com a interrupção de viagens em função da pandemia esses planos precisaram ser repensados, mas o desejo de se colocar a serviço permaneceu latente.
A partir do acompanhamento realizado pela Pastoral, começou a surgir o interesse pela Região Amazônica. “Conforme íamos amadurecendo a ideia, fui me apaixonando pela possibilidade de ir e fazer uma atuação junto às diferentes comunidades indígenas, ribeirinhas e outros grupos que estiverem disponíveis a dialogar sobre educação”, conta Vera, que era educadora do curso de Educação Física na Universidade.
Foz do Tapauá e Camaruã, comunidades ribeirinhas do município de Tapauá (AM), são os destinos de Vera. Essas localidades contam com atuação dos Irmãos Maristas Nilvo Favretto e Ronilton Santos. Lá os religiosos, que fazem parte da Comunidade Marista de Lábrea (AM), realizam atividades educativas e pastorais. Um dos destaques é o acompanhamento pedagógico aos/às professores/as indígenas e ribeirinhos dos Rios Tapauá, Cuniuá e Piranha. Durante a experiência de voluntariado, Vera vai acompanhar as atividades desenvolvidas pelos Irmãos. Também há possibilidade de realizar formação com professores/as a partir das demandas do cotidiano escolar e com os/as estudantes. Além disso, irá desenvolver atividades com indígenas Paumari, de modo especial na escola, com formação de professores/as.
Vera em trabalho humanitário na África
É justamente a possibilidade de aproximação com a educação que faz os olhos de Vera brilharem mais. “Pretendo conversar com professoras alfabetizadoras e da Educação Infantil”, projeta. Embora o voluntariado fosse um plano concreto para ela há certo tempo, a educadora aposentada não esconde a ansiedade. “É um contexto social e cultural muito diferente do meu, mas estamos amadurecendo nossas conversas com os Irmãos que lá atuam e a certeza que temos é de que precisamos ter tranquilidade e fazermos o que for possível levando em conta as condições que se apresentarem junto às comunidades que nos receberão”, afirma.
De acordo com Vera, o objetivo maior da vivência é estabelecer um diálogo de trocas de saberes entendendo que de ensino/aprendizagem andam juntos. Ela destaca que o maior desafio será levar o que fizer sentido para as pessoas do local. “Sei que mais aprenderei do que ensinarei. O crescimento pessoal é sempre enorme e se puder também colaborar com algum conhecimento que levo daqui, será excelente, porém estou aberta ao que vier e muito feliz com a oportunidade”, destaca.
Vera embarca no dia 31/10. Ficará hospedada na Comunidade dos Irmãos Maristas. Seu retorno está agendado para o dia 29/11.
Outros/as voluntários/as
Há previsão que mais voluntários/as sejam enviados à Região Amazônica nos próximos meses. Há articulação para que grupos de voluntários/as atuem em Tabatinga e Lábrea (AM) e Boa Vista (RR) em janeiro e fevereiro de 2023.
Segundo o assessor responsável pelo Voluntariado na Rede Marista, Renato Biasi, o movimento de envio é constante. “Sempre que há interesse de uma pessoa com vínculo marista, vamos buscar alternativas de atuação conforme a disponibilidade do/a voluntário/a e da comunidade que irá receber”, explica.
Para fazer voluntariado marista na Região Amazônica, é necessário ser colaborador/a da instituição. Interessados/as podem fazer contato com voluntariado@maristas.org.br para obter mais informações.
