A Quaresma – compreendida pelo catolicismo como os quarenta dias que antecedem a Páscoa – nos provoca a tomar atitudes que aproximem nosso projeto de vida da vivência do amor de Deus. Nos unindo em fraternidade e cuidado amoroso, somos despertados para a compaixão, discernimento e para o perdão. É o convite para rever nossas opções cotidianas no desejo de torná-las mais geradoras de vida, assim como fez Jesus durante quarenta dias de oração e silêncio fecundo.
É tempo de recordarmos que somos todos irmãos e irmãs, e precisamos prezar pelo cuidado e bem do outro, valorizando sua individualidade e promovendo o respeito mútuo. Essa convicção de fraternidade é um passo importante para que possamos superar a violência que destrói a vida e fere nossa vocação humana ao amor.
O jeito de Jesus levou a sociedade a refletir sobre a importância de amar o próximo como a si mesmo. Ele, que por diversas vezes desafiou as pessoas à autenticidade, tinha a consciência de que um caminho para a maturidade dependia de tempos de deserto e recolhimento. Que a Quaresma nos convide, da mesma forma que Jesus, a olhar para nós mesmos, para que assim possamos sentir a luz no coração e fazê-la iluminar aqueles com quem convivemos.