“Sonho com uma Amazônia que lute pelos direitos dos mais pobres, dos povos nativos, dos últimos, de modo que a sua voz seja ouvida e sua dignidade promovida. Sonho com uma Amazônia que preserve a riqueza cultural que a caracteriza e na qual brilha, de maneira tão variada, a beleza humana", essas são as palavras do Papa Francisco expressas na Exortação Apostólica Pós-sinodal Querida Amazônia, e esse também é o desejo de que permeia o trabalho da Rede Marista nessa região.
No dia 5 de setembro, celebramos o Dia da Amazônia. Mesmo sendo um bioma fundamental para o equilíbrio ambiental e climático do planeta, essa reserva natural ainda sofre, diariamente, com as ações que violam o meio ambiente e os direitos humanos. A Rede Marista atua há mais de 50 anos nesse território e trabalha em prol da preservação da casa comum e da valorização da vida em sua integralidade.
A atuação marista assume diferentes rostos e feições na Amazônia, pois cada Comunidade procura se inserir nas realidades eclesiais e sociais da região onde se localizam. Atualmente, os Irmãos, Leigos/as e colaboradores/as da Rede Marista estão presentes nas cidades de Boa Vista, no estado de Roraima; Manaus, Tabatinga e Lábrea, no estado do Amazonas; Cruzeiro do Sul e Rio Gregório, no Acre; e Sinop, no estado de Mato Grosso.
Cuidado com a Casa Comum
“Estar na Amazônia nesse momento em que todos os olhares se voltam para ela é uma grande oportunidade, mas também, um grande desafio. Colaborar com o despertar de uma nova consciência e ajudar na formação das pessoas, sobretudo dos jovens, é importante para que eles percebam a importância da Amazônia para a sua vida e para a vida das novas gerações", pontua o Irmão Ronilton Santos, que desenvolve um trabalho pastoral junto às juventudes na Comunidade Marista de Lábrea, no estado do Amazonas.
O cuidado responsável com a natureza, nossa Casa Comum, também é um dos pontos ressaltados na atuação marista na região amazônica. O Irmão Nilvo Favretto que atua na Comunidade Internacional Marista da Amazônia, em Tabatinga (AM), realiza muitos momentos de encontros e formações com as comunidades indígenas e ribeirinhas e explica o quanto esses povos originários têm a ensinar para toda a sociedade: “precisamos ser mais pacientes, andar no ritmo da canoa, ter uma relação de proteção com a Casa Comum e olhar para a Amazônia de dentro para fora. Deixar-se amazonizar", enfatiza
Olhar sensível para proteção e garantia dos direitos
Além do cuidado com os biomas e com a natureza, a atuação marista também está focada no cuidado com as pessoas. A proteção e defesa dos direitos humanos é um dos pontos de trabalho realizado na Comunidade Marista de Boa Vista, no estado de Roraima, onde diariamente são recebidos imigrantes venezuelanos que cruzam a fronteira com o Brasil em busca de oportunidades e qualidade de vida.
“Atender os imigrantes venezuelanos é desenvolver um trabalho voltado para a vida, para a dignidade humana, para a justiça social e para a solidariedade", explica o Irmão Danilo Bezerra. Atualmente, a Comunidade Marista de Boa Vista atende 21 famílias migrantes fazendo visitas domiciliares, momentos de formação sobre educação sociopolítica, inclusão social, economia solidária e geração de renda.
Formação integral voltada para a cidadania
No município de Sinop, no Mato Grosso, estão localizados o Colégio Marista Santo Antônio e a Comunidade Marista Boa Mãe. Esses são os espaços de atuação marista mais novos da região amazônica. A escola atende cerca de 500 estudantes na educação básica, e a Comunidade Marista Boa Mãe é formada pelos Irmãos Antonio Rai de Menezes, Claudiano Tiecher e Luciano Taminski.
Assim como as demais escolas de educação básica maristas, o Marista Santo Antônio preza pela formação integral dos estudantes, como afirma o Irmão Claudiano, diretor do colégio: “minha contribuição como Irmão, atuando na gestão de uma escola marista na região amazônica é fomentar o aprofundamento da eclesialidade e da experiência pastoral vinculadas a essas realidades socioeconômicas e culturais. A dimensão cristã, na formação marista, fomenta a cidadania no processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma, nós trabalhamos para que os estudantes sejam cidadãos comprometidos com a transformação social", afirma.
Formar redes
Todo o trabalho desenvolvido nas comunidades maristas está diretamente interligado com os demais agentes sociais e eclesiais que também atuam nessa região. As demandas abrangem diferentes áreas e necessitam de muitas mãos, mentes e corações unidos para que as ações se concretizem.
“As ações de cuidado com a Amazônia envolvem muitas pessoas e muitos atores. Precisamos, cada vez mais, nos articular, porque, quando os organismos que se interessam pela ecologia integral se unem, o pequeno se torna grande", enfatiza o Irmão João Gutemberg da Comunidade Marista de Manaus e secretário executivo da Rede Eclesial Pan-Amazônica.
Que essas diferentes vozes maristas na Amazônia possam motivar ainda mais pessoas a se engajarem na promoção e proteção da vida e da Casa Comum, em especial, nesse território que é tão importante para todo o planeta.
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