Com seu sorriso largo e sua forma bem humorada de levar a vida, o Irmão Victorio Rigo tem orgulho de contar que o seu apostolado marista sempre foi ligado à formação e à evangelização de jovens. Sua história de vida e missão, junto às juventudes, está registrada na quarta edição do projeto Memórias Maristas: histórias de amor e vida.
Descendente de italianos, natural de Nova Bassano (RS), o Irmão Victorio carrega em sua personalidade muitos traços da família. Com a fala alegre, bem gesticulada e repleta de ditados, ele foi aprendendo no convívio com os pais e familiares. “A minha casa era bem povoada. Moravam os meus pais, junto com os seus 11 filhos e mais a família dos meus tios. Ao todo, éramos 24 pessoas, imagina só!".
Do período de infância, ele também recorda, com saudosismo, do esporte que aprendeu a jogar com os irmãos e que mantém como hobby até hoje. “Na minha casa, tinha um terno de bochas. Então nós, os oito guris, jogávamos sempre. Era muito bom!". Morando atualmente na Casa São José, em Viamão (RS), o Irmão Victorio mantém o hábito de jogar bocha com os demais Irmãos da Comunidade. Ele, inclusive, relata que, quando faz parceria com o Irmão Vitorino Bernardi, os demais Irmãos os chamam, carinhosamente, de dupla ViVi.
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Ele fez toda a sua formação básica no colégio público que ficava a, mais ou menos, 2Km de distância da sua casa. O trajeto era feito a pé, independente da chuva, do sol ou do frio. Quando terminou a escola, aos 14 anos, recebeu, em casa, a vista do Irmão Pedro Luiz, que era animador vocacional naquela região. Victorio lembra com detalhes do momento em que recebeu o convite para conhecer a Congregação Marista: “Depois que ele me perguntou se eu queria se Irmão Marista, eu respondi: se o pai deixar, eu vou!".
Apostolado junto às juventudes
Com o convite aceito, deu-se início a caminhada vocacional do Irmão Victorio. Em Veranópolis (RS), ele fez o Juvenato e o Postulado. Em 1952, foi o momento de professar os primeiros votos, a tomada de hábito. O Irmão recorda com carinho da presença dos seus familiares na cerimônia: “dos 19 jovens que fizeram os primeiros votos comigo, eu era o que tinha mais familiares lá. Acredita que eles vieram de caminhão?! Foi uma grande festa esse momento", afirma.
A fase seguinte da formação marista era o Escolasticado, que ele realizou no Instituto Champagnat, em Porto Alegre. Concluída essa etapa, o Irmão retornou para Veranópolis e assumiu a sua primeira turma como professor. “A escola estava em obras, precisávamos nos unir para concluir logo. Não tive dúvida: reuni os alunos e começamos a arrumar os bancos, pintar as paredes e ajudar nos demais reparos necessários", relata.
Nos próximos anos, foi transferido para o Colégio Marista Rosário. Durante o período em que esteve em Porto Alegre, foi possível concluir as suas formações de nível superior: Pedagogia, Orientação Educacional e Teologia. “Lembro que, logo que eu terminei o curso de Orientação Educacional, o Irmão Provincial me chamou e disse que queria contar comigo para trabalhar como formador nos Centros Vocacionais, por isso ele achava importante que eu fizesse Teologia para complementar a minha formação. E eu fiz! Foi a primeira turma de Teologia da PUCRS", relembra.
Em Lajeado (RS), inicia efetivamente o trabalho de formador e animador vocacional. Foram 14 anos de atuação na cidade com contribuições muito significativas para a disseminação da cultura vocacional. Além dos encontros com grupos de jovens, o Irmão também lecionava em algumas escolas públicas como professor concursado do Estado do Rio Grande do Sul.
“Eu sempre fui muito próximo dos jovens, gostava de conversar com eles durante o recreio. Acho que isso é fundamental para quem quer ter uma boa disciplina na sala de aula. Os jovens precisam se dar bem com os educadores", avalia.
Outra contribuição importante do Irmão Victorio foi a sua participação como orientador dos grupos da Cruzada Eucarística. Eram grupos de jovens, formados somente por meninos, nos quais eram trabalhadas temáticas de formação humana e religiosa. “Esse foi um dos primeiros movimentos pastorais juvenis de que eu participei como orientador", relembra.
Na década de 80, o Irmão Victorio atuou como animador vocacional em Garibaldi e, também, era responsável pela Pastoral Vocacional de Caxias do Sul. “Andava fazendo formações nos colégios por todas as cidades da Serra Gaúcha. Foi um período muito bom. Teve vários peixinhos que caíram no meu anzol: o Irmão Lauro Hochscheidt é um deles".
O Irmão do fusca amarelo
Para além das terras gaúchas, Victorio também deixou a sua contribuição para a juventude do estado do Mato Grosso. Enviado em missão, ele ficou atuando no estado durante sete anos. “Lá nunca tinha tido um Irmão que trabalhasse exclusivamente com a pastoral vocacional", conta.
A bordo de seu fusca amarelo, ele percorria escolas de diferentes cidades levando formação sobre projeto de vida e formação humana para crianças e jovens. Por onde passava, ficava conhecido pelas crianças como o Irmão do fusca amarelo. “Se for pensar, na minha época de guri, o Irmão Pedro Luiz fazia esse mesmo trabalho de passar nas escolas e visitar, só que era a cavalo, e lá no Mato Grosso eu ia de fusca", recorda com alegria.
A história da vida do Irmão Victorio Rigo e a do seu apostolado inspirador de atuação, junto às juventudes, está registrado no vídeo completo do projeto Memórias Maristas: histórias de amor e vida. Assista aqui:
Memórias Maristas: histórias de amor e vida
Neste ano de 2020, o projeto Memórias Maristas: histórias de amor e vida chega a sua quarta edição e apresenta em 12 minidocumentários, marcos importantes da nossa caminhada institucional que se cruzam com as histórias de vida dos personagens entrevistados. Muito mais do que narrativas documentais, o projeto humaniza a trajetória da Rede Marista a partir desses relatos. Confira os vídeos da quarta edição aqui.