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Irmão Dealmo Lunkes - Liderança e amor a serviço da missão

18/09/2020
Institucional
O Irmão é um dos entrevistados da quarta edição do projeto Memórias Maristas: histórias de amor e vida

​​Seu olhar mais sério e sua experiência de vida podem, por vezes, esconder o grande coração deste homem que é a emoção em pessoa. Assim poderíamos descrever o Irmão Dealmo Valentin Lunkes. Aos 82 anos de vida e 61 de vida religiosa, ele é um dos personagens entrevistados na quarta edição do projeto Memórias Maristas: histórias de amor e vida.​​

Natural do município missioneiro São Paulo das Missões, sua vocação religiosa foi cultivada no seio da família. Ele é o nono filho, dos onze que o casal Antônio e Catarina Lunkes criaram em um ambiente de muita oração, religiosidade e disciplina. “Íamos a missa todos os domingos e rezávamos o terço todas as noites. Era quase um regime Beneditino”, lembra o Irmão.

De origem alemã, ele conta que foi aprender, de fato, o idioma português depois que entrou para a escola, pois em casa eles só falavam alemão. Quando estava no Juvenato, enviava cartas para se comunicar com a família a cada dois meses: “eu escrevia em português e a minha mãe respondia em alemão, pois era o idioma que ela sabia escrever”, recorda saudoso.

Além da espiritualidade e dos ensinamentos cristãos, outra paixão que o Irmão herdou de sua família foi o gosto pela música. “O pai era apaixonado pelo canto, mesmo não sendo músico. Participou do coral da igreja durante mais de 40 anos. Eles cantavam em alemão, latim e um pouquinho de português”, recorda. Durante o seu período de estudante universitário, o Irmão fundou um coral na Universidade de Passo Fundo no qual ele cursava a formação em Estudos Sociais.

O Irmão acredita muito na importância de cultivarmos os laços de carinho e amizade, tanto com a família, quanto com os amigos que foi construindo ao longo da vida. Ainda no Juvenato, conheceu o Irmão Roque Ari Salet com quem desenvolveu uma amizade muito grande. Os dois seguiram todas as etapas formativas juntos, e se encontraram em diferentes espaços de missão durante a vida religiosa marista. 

Uma das recordações mais marcantes desse período formativo foi o grupo de oração dedicado à Nossa Senhora de Schöenstatt de que ele e o Irmão Roque participavam: “junto com outros noviços, nós formamos esses grupos de oração e ajuda mútua. Nós tínhamos um ideal a seguir. O nosso lema era: nascidos da cruz. Foi um momento muito importante da nossa vida que desenvolvemos laços de fé e amizade muito fortes”, explica o Irmão Dealmo.

Entre as lembranças do dia dos seus primeiros votos, o Irmão conta que a sua turma de formandos foi a primeira que não precisou trocar o nome de batismo para o nome religioso - uma das mudanças oriundas do Concílio Vaticano II. Durante todo o seu apostolado, o Irmão Dealmo passou por diferentes cidades: Caçador (SC), Passo Fundo (RS), Cruzeiro do Sul (AC), Cruz Alta, Bom Princípio, Cachoeira do Sul e Santo Ângelo.

“Eu acredito muito que, na vida, muitas coisas a gente aprende fazendo. Só se aprende a ser um bom jogador de futebol, jogando e treinado, por isso, ao longo da caminhada, a gente vai aperfeiçoando a vocação. Como Irmão, professor e gestor, eu também fui aperfeiçoando as minhas técnicas”, ressalta.

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Desde 2015 o Ir. Dealmo está de volta a região missioneira atuando na Comunidade Marista de Santo Ângelo

Marista Roque: o colégio do coração

Quando ele fala sobre a cidade de Cachoeira do Sul e sobre o Colégio Marista Roque, os olhos brilham e a voz embarga de emoção. “Esse é o meu colégio, o colégio do meu coração”, afirma orgulhoso. 

Nessa cidade, ele exerceu o seu apostolado por mais de 20 anos. Só no Colégio Marista Roque foram quatro passagens em períodos diferentes de sua trajetória atuando como professor e diretor da escola. Uma das recordações mais bonitas foi a homenagem surpresa que ele recebeu em 2009, por ocasião dos seus 50 anos de vida religiosa: “eu já tinha celebrado os 25 anos lá, tinha o desejo de celebrar os 50 também, mas como estava em Passo Fundo achei que não fosse se concretizar. Para a minha surpresa, eles organizaram um evento e me chamaram para participar como painelista, o que eu não sabia é que tudo já estava planejado, e eles fizeram uma linda homenagem. Teve até uma missa com o bispo em minha homenagem”, conta o Irmão Dealmo.

Além da atuação na escola, ele também trabalhou como formador de jovens Irmãos na Comunidade Marista de Cachoeira do Sul no ano de 2011. “Um dos jovens que faziam parte desse grupo era o Irmão André Nosini. Tenho boas recordações desses momentos e, também, das formações que fazíamos para grupos do Encontro de Casais com Cristo, o ECC, e dos Cursos de Noivos que ajudávamos a organizar na paróquia”, afirma.

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Em seus documentos pessoais o Irmão guarda muitas recordações de toda a sua vida religiosa

Liderança em um período de mudanças

Durante sete anos de meio, de 1995 até 2002, o Irmão Dealmo Lunkes atuou como provincial da Província Marista de Santa Maria. Seu trabalho de gestão de liderança dos mais de 100 Irmãos que compunham a Província nessa época foi exercido durante dois triênios e mais um ano e meio durante o processo de unificação das Províncias de Porto Alegre e Santa Maria, que formaram a Província Marista do Rio Grande do Sul.

“Essa função, nunca desejada ou sonhada, me abriu horizontes e eu comecei a entender a grandeza do Instituto Marista, presente em mais de 80 países”, afirma o Irmão. Quando iniciou seu mandato como provincial, mais uma vez, ele e o Irmão Roque Ari Salet estavam compartilhando a mesma caminhada de apostolado: “quem me antecedeu foi o Roque. Eu recebi, das mãos dele, uma Província muito bem organizada e tinha a responsabilidade de seguir esse trabalho”.

Ele recorda com detalhes como se deu todo o processo de unificação das Províncias. Um dos seus maiores desafios foi participar de todo esse processo. A partir da ordem vinda do Instituto Marista de reestruturação de todas as Províncias do mundo, coube às lideranças do Brasil Marista se organizarem para pensar de que forma as seis Unidades Administrativas poderiam se unificar em apenas três. “Foram necessárias muitas reuniões, muito discernimento e muito trabalho coletivo para chegarmos ao resultado de três Províncias no Brasil”, explica.

Entre os momentos que ele recorda com mais alegria desses sete anos e meio à frente da gestão está o ano de canonização do fundador da missão marista no mundo: “assumi a província com bem-aventurado Marcelino Champagnat e terminei o mandato com São Marcelino Champagnat. Então, esse eu acho que foi o fato mais marcante desse período”, explica.

Para conhecer mais detalhes sobre essas e outras histórias de amor e vida do Irmão Dealmo Lunkes assista ao vídeo completo:​

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Memórias Maristas: histórias de amor e vida

Neste ano de 2020, o projeto Memórias Maristas: histórias de amor e vida chega a sua quarta edição e apresenta em 12 minidocumentários, marcos importantes da nossa caminhada institucional que se cruzam com as histórias de vida dos personagens entrevistados. Muito mais do que narrativas documentais, o projeto humaniza a trajetória da Rede Marista a partir desses relatos. Confira os vídeos da quarta edição aqui.​​