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Conferência aborda a importância dos espaços educativos no combate às violações de direitos

28/05/2021
Institucional
Em debate online, painelistas reforçaram o papel do educador e da escola na proteção e defesa dos direitos das crianças, adolescentes e jovens

​Na sexta-feira, 28/5, a Rede Marista promoveu a 2ª Conferência Marista sobre Enfrentamento à Violência Sexual Infantojuvenil. O evento online reuniu especialistas das áreas da psiquiatria e psicologia para debaterem as estratégias que devem ser adotadas nos espaços educativos para favorecer o combate as violências, em especial, contra crianças, adolescentes e jovens.

Em sua fala de abertura, o Ir. Sandro Bobrzyk, coordenador do Centro Marista de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, apresentou alguns dados sobre o cenário de violação de direitos no Brasil. Segundo levantamentos do canal de denúncias Disque 100, o maior número de casos de violência sexual entre as crianças acontece com a faixa etária de 1 e 5 anos. Além disso, em 92,4% dos casos notificados as violações ocorrem no ambiente domiciliar e são cometidas por homens.

“É preciso lembrar que esses números não são somente estatísticas. São meninos e meninas, crianças, adolescentes e jovens que ficam com marcas permanentes nas suas vidas. As histórias que eles irão contar no futuro sobre como foi a sua infância e juventude dependem muito das atitudes que nós, enquanto sociedade e cidadãos, vamos tomar hoje para combater essas violências", evidencia Ir. Sandro.

O presidente da Rede Marista, Ir. Inacio Etges, reforça esse pensamento: “somente com a mudança de atitudes é que podemos contribuir para a construção de um mundo mais justo e fraterno, onde as crianças terão ambientes saudáveis para se desenvolverem plenamente."

 

Espaços educativos e a prevenção da violência sexual

O painel mediado pela psiquiatra do Hospital São Lucas Drª. Gibsi Rocha, contou com as reflexões do psicólogo e docente da PUCRS Dr. Ângelo Costa e da psicóloga e docente da UFRGS Dra. Jane Felipe.

Os painelistas apresentaram dados sobre como o trabalho com a educação sexual deve ser desenvolvido no ambiente escolar de forma que contribua para o combate aos diferentes tipos de violências. “Essa é uma das formas mais eficazes de enfrentamento da violência sexual, pois a criança e o jovem discutem, com a mediação dos educadores, sobre autoproteção, integridade do corpo, emoções, consentimento, entre outras curiosidades e dúvidas que eles possam ter", avalia a Dr.ª Jane Felipe.

O Dr. Ângelo Costa reforçou esse aspecto em sua fala e apresentou uma pesquisa que avalia os tipos de discursos utilizados nas escolas para tratar da educação sexual. Segundo ele, o uso de um discurso fantasioso, onde informações são omitidas ou utilizam metáforas para falar sobre a sexualidade não é o recomendado.

“Na pesquisa identificamos quatro tipos de discursos: tradicional, liberal, crítico e contemporâneo. O que ressaltamos é que a linha tradicional, que diz que os bebês vieram da cegonha, que não apresenta as informações completas e que não observa as diversidades, não contribui em nada com o combate às violências. Pelo contrário, ele entra nesse mesmo ciclo de silenciamento que muitas vezes é usado pelo agressor para que a vítima não denuncie ou não perceba a violência quando ela não é tão explicita", afirma Costa.

A partir dessas reflexões e das demais temáticas abordadas na Conferência, fica evidente que a educação sexual tem caráter protetivo, pois é por meio da informação correta que as crianças, adolescentes e jovens conseguem identificar os diferentes tipos de violações de direitos e as formas de se proteger.


Confira o vídeo com a transmissão completa da conferência: