Embora tenha fundado uma congregação de Irmãos, São Marcelino Champagnat era Padre celebrava missas consagrando pão e vinho em corpo e sangue de Jesus. Também atendia confissões e ministrava bênçãos.
Além da missa, Marcelino cultivava dentro de si uma relação muito próxima com a Eucaristia. Visitava o sacrário (local onde ficam guardadas as hóstias consagradas) diariamente. Segundo Furet (2007), biógrafo oficial de Champagnat, até nas horas de lazer gostava de adornar os altares e visitar Jesus na Eucaristia.
Quando fazia contato com as mães dos estudantes das escolas maristas, aconselhava que “De vez em quando, venham oferecer seus filhos a nosso Senhor no Santíssimo Sacramento do altar.” (FURET, 2007, p. 43)
Também buscava refúgio na oração junto ao sacrário quando precisava tomar decisões difíceis. Em uma ocasião de desobediência de alguns Irmãos, ele estava prestes a dispensá-los. Porém, antes de dialogar com eles, reuniu-os na capela toda iluminada para um momento de adoração.
Obra de Goyo retrata a admiração de Champagnat pela Eucaristia
O pintor que retratou Champagnat após sua canonização, em 1999, também expressa a importância que o santo dava à Eucaristia, como fonte de energia para realizar a missão educativa entre crianças, adolescentes e jovens.
No lado esquerdo, vemos as três violetas, humildade, simplicidade e modéstia, como símbolo do espírito marista. Suas pétalas sobrevoam todo a cena, como querendo dizer que este espírito impregna toda a missão educativa.
Na sequência, uma jovem, em atitude de partilha, tem em suas mãos um pedaço de pão, representando-o não só como alimento, mas também como o pão da cultura. A seu lado, um jovem lendo o Evangelho e, ao fundo, o quadro de giz de uma sala de aula.
No centro da cena está Marcelino, como um pai que, com ânimo/vigor/audácia e ternura entrega esse pão à criança que acolhe em seus braços. E, à direita do quadro, outra jovem, que estende suas mãos para receber o alimento e essa palavra de amor, imprescindíveis para o desenvolvimento humano.
Diante desses fatos, é possível refletir sobre a forte relação que nosso fundador possuía com a Eucaristia. O feriado da próxima quinta-feira, 16/6, é uma oportunidade para os/as cristãos/ãs celebrarem o sacramento que fundamenta a fé católica: a Eucaristia, pois Corpus Christi no latim antigo quer dizer corpo de Cristo.
Tradição de produzir tapetes para a procissão
Nesta data, são confeccionados tapetes nas ruas onde a procissão solene de Corpus Christi passa. Neste momento, o sacerdote caminha em cima dos tapetes carregando uma hóstia consagrada que é colocada dentro de um ostensório. Essa uma tradição portuguesa que iniciou no século XIII e foi trazida para o Brasil pelos colonizadores.
A data de Corpus Christi tem origem em 1264 quando o Papa Urbano IV instituiu a celebração após dois acontecimentos. O primeiro foi a visão de Santa Juliana. Ela disse que presenciou aparições de Jesus e que nelas ele pedia para que o ministério da Eucaristia fosse celebrado com destaque.
Outro fator foi o Milagre de Bolsena. Conforme a coletânea Edizioni San Clemente, um padre estava celebrando a missa em Bolsena, na Itália, quando viu verter sangue na hóstia consagrada. Ao saber do ocorrido, o Papa Urbano pediu para que fosse reunidos objetos usados na celebração que estão guardados até hoje na Basílica Santa Cristina, localizada na cidade italiana onde aconteceu o fato.
Celebração de Corpus Christi na Arquidiocese de Porto Alegre
Após dois anos, a missa campal com a tradicional procissão pelas ruas de Porto Alegre voltará a acontecer no dia 16/6. Às 15 horas inicia a missa na Catedral Metropolitana e logo após o Santíssimo Sacramento segue até a Paróquia Nossa Senhora da Conceição, na Avenida Independência. Nas demais paróquias da cidade também estão previstas celebrações.
Como gesto concreto, os/as fiés são convidados/as a doar roupas de inverno e cobertores. Os donativos serão destinados a pessoas em situação de rua.