O Papa Leão XIV acaba de publicar sua primeira Exortação Apostólica, Dilexi te (“Eu te amei”), um texto de grande profundidade espiritual e social que retoma e amplia o trabalho iniciado por Francisco sobre o tema do serviço aos pobres. Em 121 pontos, o documento reflete o Evangelho vivido a partir dos rostos concretos do sofrimento humano, os doentes, os migrantes, as mulheres vítimas de exclusão, os famintos e as crianças privadas do direito à educação.
O Santo Padre denuncia com firmeza as estruturas que perpetuam a injustiça: “a economia que mata”, a desigualdade crescente, a violência contra as mulheres, a desnutrição e a “emergência educacional” que ameaça o futuro das novas gerações. Ele reafirma que o amor cristão não é uma abstração, mas se encarna em gestos concretos de compaixão, cuidado e compromisso social.
Dilexi te apresenta o amor como força transformadora e fundamento da justiça: a esmola é vista não como ato de caridade paternalista, mas como “justiça restabelecida”. O texto convoca todos os fiéis a fazerem ouvir uma voz profética que denuncie as injustiças e contribua para “destruir as estruturas do mal com a força do bem”.
Entre as referências históricas que o Papa recupera para ilustrar o compromisso da Igreja com os pobres, destaca-se São Marcelino Champagnat, fundador do Instituto dos Irmãos Maristas das Escolas:
“Já no século XIX, também na França, São Marcelino Champagnat funda o Instituto dos Irmãos Maristas das Escolas, sensível às necessidades espirituais e educativas da sua época, sobretudo à ignorância religiosa e às situações de abandono vividas em particular pela juventude, dedicando-se com todo o afinco, num período em que o acesso à educação continuava a ser um privilégio de poucos, à missão de educar e evangelizar crianças e jovens, especialmente os mais necessitados.” (Dilexi te, n. 70)
Ao mencionar Champagnat, o Papa Leão XIV reconhece na tradição marista um testemunho vivo da presença da Igreja junto aos mais pobres, especialmente por meio da educação.
Para o Ir. Benê Oliveira, diretor-presidente da União Marista do Brasil, “é uma honra e um apelo o nome de Champagnat ser citado como apóstolo das crianças e jovens empobrecidos, com Dilexi te, a Igreja reafirma sua missão essencial: amar como Cristo amou, servir como Ele serviu e transformar o mundo a partir da compaixão” disse.
Nessa caminhada, os Maristas, Leigos e Consagrados, seguem sendo Igreja, fermento de esperança e presença concreta do Evangelho entre os pequenos, os esquecidos e os que mais necessitam de amor e dignidade.
