No dia 7 de setembro, Boa Vista (RR) se uniu a diversas cidades do país na realização do 31º Grito dos Excluídos e das Excluídas. Entre os participantes do ato, estiveram presentes voluntários/as maristas que, inspirados pelo carisma de São Marcelino Champagnat, reforçaram o compromisso com os mais empobrecidos e com a preservação do meio ambiente.
O ato contou com apresentações culturais, manifestações artísticas e vozes diversas em defesa da justiça, da democracia e do cuidado com a Casa Comum. O lema de 2025 – Cuidar da Casa Comum e da democracia é luta de todo dia – convidou à reflexão sobre os desafios enfrentados pela população brasileira e pela natureza, reforçando que as duas dimensões estão profundamente interligadas.
Para Diego Barros, voluntário marista, participar do Grito é um momento de reencontro com causas fundamentais e com pessoas que partilham o mesmo ideal de justiça social: “Começa com a necessidade de protestar contra algo injusto, e, ao identificar uma causa pela qual vale a pena lutar – pelos jovens, pela moradia, pelos povos indígenas e pela natureza –, reunimo-nos com outras pessoas que estão na mesma luta”.
Criado em 1995, o Grito dos Excluídos e das Excluídas é uma mobilização popular que surgiu como resposta às estruturas sociais e políticas que geram miséria, exclusão e violência no Brasil. Em sua 31ª edição, o ato segue sendo um espaço essencial de denúncia das desigualdades que marcam a sociedade brasileira – onde, segundo o IBGE, o 1% mais rico detém uma renda 40 vezes maior do que os 40% mais pobres.
Em Roraima, esses efeitos são sentidos de forma intensa: aumento da pobreza urbana, famílias vivendo em ocupações precárias, juventude sem acesso a oportunidades, pressão sobre os territórios indígenas e a chegada contínua de migrantes, principalmente venezuelanos, que buscam acolhida e condições mínimas de dignidade.
A presença dos/as maristas no 31º Grito dos Excluídos e das Excluídas em Roraima é expressão concreta da missão institucional de defesa da vida, da justiça socioambiental e dos direitos humanos, especialmente no contexto amazônico, onde as populações mais vulnerabilizadas enfrentam desafios crescentes. “Sem os animais, as florestas e a água, o ciclo da vida não se completa. Se perdermos algum deles, podemos deixar de existir. Precisamos nos unir nessa luta, agora que o nosso planeta está pedindo ajuda”, reforça o voluntário Diego.